Os nossos lábios estavam colados num beijo lascivo
e carente, provavelmente fazendo toda a gente que se encontrava à nossa volta
perguntar-se o que fazíamos ali, e porque não estávamos sozinhos. Mas nós não
nos importávamos. Porque, naquele momento, tudo o que importava era Dan e eu.
Eu e Dan. O nosso beijo ainda acontecia, deixando-me espantado, porque ainda
não tínhamos precisado de nos separar. O meu braço esquerdo circundava a
cintura fina do rapaz mais novo que eu, enquanto o meu braço direito estava ao
meu lado, a circundar a preciosíssima garrafa de Jäeger.
Segundos depois, separámo-nos, voltando a ser duas
pessoas diferentes. Quando beijo Dan, parece que nos juntamos em mais do que um
nível físico. Cada segundo de um beijo com ele é insubstituível e valiosíssimo.
Cada segundo vale por cada dia em sofrimento que passei. Sorri de lado e
abracei-o, plantando depois mais um beijo na sua testa.
- E que tal se fôssemos para minha casa? Tenho
quase a certeza que é para estes lados.
- Parece-me uma ótima ideia. – O rapaz disse com um
sorriso, voltando a dar um gole na poderosa bebida alcoólica, que provavelmente
nos mataria (isto num sentido voluntário, claro), amanhã de manhã. – E acho que
devíamos ir agora mesmo. – Ele olhou para baixo. Oh meu Deus.
Continuámos a andar até ao meu apartamento,
cruzando as ruas pouco iluminadas, os nossos lábios tocando-se regularmente. Os nossos lábios estavam dormentes enquanto
andávamos, partilhando álcool morno. Os nossos beijos eram divinos e o seu
sabor indistinto a álcool fazia-me lembrar o verão.
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